Outro dia ouvi de uma pessoa com quase o triplo da minha idade: "Ah... Se demonstrar tudo que sente, vão te fazer de besta... É a maior besteira que se pode fazer! Não dá certo!”E defendeu que se levar pelos sentimentos é sinal de fraqueza...
Com todo respeito à sabedoria adquirida nos longos anos de vida dessa pessoa, eu discordo plenamente!
Infelizmente, muitas vezes esses pensamentos acabam transformando, esfriando e influenciando gerações e mais gerações... Como se fosse formado um ciclo vicioso, por ouvir dizer acerca de amores não correspondidos, amores sofridos, desilusões... Tratando o sentir como um verdadeiro “bicho papão”! “Não sinta, ou então sinta, mas não demonstre, senão o bicho papão te pega!”É incrível a capacidade de algumas pessoas de se deixar levar por esse tipo de pensamento!
Eu penso completamente o avesso! (E acho que devo isso a minha mãe!)
É preciso muita força para dar “a cara à tapa” e dizer do que se sente!
É necessário enfrentar o medo da rejeição, da desilusão... É indispensável enfrentar as conseqüências do que é feito com o coração! E aprender com elas...
Nesse aspecto, de demonstrar o que se sente, eu concordo plenamente com o modo “emo” de ser! (Mas só nesse ponto!)
Que fraqueza há em deixar o mundo saber que seu coração tem vida?
Demonstrar o que sente é a mais pura prova de fortaleza interior!
Porque é preciso muita coragem e muito “peito” para se expor e correr o risco de sofrer!
Há essa possibilidade e o coração sabe disso!
E as pessoas, por nunca terem sofrido, têm mais medo ainda do sofrimento!
Medo de não se recuperar, de se frustrar... Sem saber o quão forte podem se tornar! (Frise-se, forte, mas sem ser frio!)
Baseados nesse medo, nessa insegurança adquirida - talvez até inconscientemente - as pessoas se fecham, esfriam, se encolhem... E perdem!
Como disse Paulo Coelho: “Quantas coisas perdemos pelo medo de perder!”
O desejo de expor o sentimento, de se deixar levar até surge...
Mas é de logo paralisado, impedido! E as pessoas acabam se escondendo por detrás de uma “pseudo força” racionalmente adquirida, sufocando o coração!
Acabam assim optando por uma espécie de morte lenta e prolongada ao coração... Levando vidinhas sem paixão, sem euforia... Sem graça (pelo menos para mim!)! Tornam-se seres frustrados e frustram quem, ao seu redor, esperam pelo calor de um sentimento...
Como conseqüência, o sofrimento de um coração sufocado, mas que “nunca sofreu” gera uma falsa sensação de “sucesso” que é repassada para seus filhos, netos e quem mais se deixar levar pela fraqueza e pelo medo... Incluindo-os, sem saber do prejuízo, na incrível (e frustrante) maneira exclusivamente racional de ser!
Pode me chamar de idealista, de sonhadora, de romântica, de ingênua...
Pode até discordar do meu ponto de vista!
Mas eu acredito no que sinto, nem que seja sentido por um momento!
Seja raiva, paixão, tristeza, felicidade...
Eu – geralmente (também não é sempre, eu procuro algum equilíbrio para não desequilibrar os outros), me deixo levar e aceito as conseqüências...
Dou risada, dou abraço, choro, peço colo, dou beijo... Se amanhã acontecer de eu “quebrar a minha cara”, paciência!
Sei da força – racional e emocional - que tenho para me reerguer!
E passarei aos meus filhos e netos minhas experiências de sucesso com meus sentimentos! Tentarei ensiná-los um equilíbrio, um meio termo... Para que eles sintam e demonstrem sem medo de ser feliz! Farei minha parte para que as próximas gerações sejam mais calorosas...
Porque ninguém morre por expor um sentimento, mas tem muita gente que passa a vida sem demonstrar o que sente! E isso eu não desejo a ninguém...
(escrito por mim em 01 de julho de 2008)
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
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