terça-feira, 23 de setembro de 2008

Espiritualidade...

Sempre fui muito curiosa e não costumo aceitar ideias novas sem antes descobrir o motivo, a explicação... Desde sempre eu quero saber a razão de tudo, como e porque tudo acontece. E isso sempre me perturbou. Sempre fez com que eu questionasse até mesmo o motivo pelo qual eu me sentia assim.

Lembro que quando era criança eu (quase) sempre acabava convencendo meus pais a me deixarem fazer o que eu queria de tanto que eu perguntava o motivo pelo qual eles não queriam que eu fizesse certas coisas... Como por exemplo: porque todos podiam ir brincar na rua e eu não? Mas se todo mundo tava brincando lá então todo mundo ia ficar doente? E todo mundo ia acabar tendo que faltar as aulas e provas? Mas e se viesse um carro e eu visse? Nada ia acontecer ? E por aí eu insistia até conseguir, depois de deixa-los cansados, brincar na rua alegre e satisfeita.

Engraçado que diante da religião eu costumo me comportar da mesma forma! Quero saber o motivo de tudo!

Quando resolvi, meio que por imposição da família, fazer o curso para a primeira Eucaristia comecei a me frustrar, já aos 9 anos, com alguns dogmas da igreja católica. Nunca entendi a necessidade de me confessar ao padre. Sempre me pareceu lógico que, se Deus está em todos os lugares, como a própria Igreja diz, ele já sabe o que eu fiz e do que eu me arrependi ou não. Não caberia aquele padre dizer quantos "pai nosso" ou quantas "ave Maria" eu teria que rezar para me redimir daqueles pecados.

Diante de dogmas como esse citado, cheguei a perguntar a diversos membros da igreja católica e sempre acabei deixando aqueles que se dispunham a me convencer sem respostas para algumas indagações... E isso me frustrava! Me deixava inquieta! Por que todos acreditavam naquilo e tomavam aquilo como verdade e eu não conseguia?

O mesmo aconteceu com evangélicos, protestantes...

Continuando minha busca pela "paz de espírito", comecei a frequentar um Centro Espírita. Até agora tenho encontrado muita paz no espiritismo!
Não que ocorra algum milagre ou que eu tenha visto/ouvido almas ou coisa assim...
Minha paz está sendo alcançada através das explicações para mim plenamente plausíveis que eles dão para muitos dos meus tantos "porquês".

É que certas coisas em minha vida sempre me pareceram um tanto quanto inexplicáveis... E me vejo aprendendo algo que, sem saber que sabia, eu já sabia: nada, absolutamente nada, nessa vida acontece por acaso.

E o que acho de mais belo do que tenho visto no espiritismo? A crença de que a caridade é o caminho para a salvação. E ao falar em caridade não me remeto somente à ideia de caridade material, de dar pão a quem tem fome ou dar roupa a quem tem frio... E é óbvio que essa caridade deve sim ser exercitada! Mas não é somente da caridade material que falo... É de estender um ombro amigo a quem precisa, de confortar com quem está sofrendo, de ser calmo com quem está impaciente, de simplesmente dar um abraço em alguém carente. Sejamos caridosos uns com os outros. Essa é a lição, das que tenho aprendido, a que acho mais bonita e a que mais se aplica no meu conceito de espiritualidade.

Não que eu seja um modelo de caridade ou bondade nos moldes de Gandhi ou Madre Teresa de Calcutá... Ainda estou longe de abdicar das minhas "raivas" e das minhas "urgências defeituosas" para ser um modelo de pessoa bondosa e caridosa.... Mas estou tentando! E tem me feito muito bem.

MAS como minha essência curiosa e questionadora ainda existe e está cheia de dúvidas, começo hoje um "Curso Básico sobre a Doutrina Espírita" no centro espírita que estou frequentando. Vamos ver no que é que dá! ;)

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